
No artigo “A queda de todas as bastilhas”, o escritor Paiva Netto discorre sobre uma prisão que ainda precisa ser demolida, “a pior de todas as bastilhas: a ignorância acerca da realidade gritante da vida após o fenômeno da morte” e, ao mesmo tempo, sugere a união de esforços para que “façamos florescer uma civilização nova a partir da postura espiritual e mental elevada de cada criatura”. Esse assunto é de total relevância na sociedade atual, sendo fundamental no soerguimento do homem pela libertação do sofrimento das suas sociedades.
Sabemos que nada do que pensamos, falamos e fazemos é inteiramente por acaso. A nossa evolução moral determina a nossa capacitação no pensar, no falar e no agir, principalmente no uso da nossa liberdade de escolha.
É o livre-arbítrio a nós outorgado por Deus, para que entendamos que somos deuses, que somos oriundos de um mesmo Pai, de infinito Amor e Justiça.
Desta forma, somos inteiramente livres para determinar os rumos de vida que entendemos ser os adequados para o nível de consciência evolutiva em que estamos. Neste ponto, a compreensão da unicidade essencial do homem em meio à multiplicidade de etnias, religiões, crenças, opiniões políticas, situações socioeconômicas deve ser o fator fundamental das sociedades moralmente mais evoluídas e que almejem o seu progresso conjuntural, por meio do crescimento moral dos seus componentes. Que se entenda que, quando se fala em evolução e crescimento, estes são sempre atributos espirituais.
Mas qual seria o agente impulsionador das sociedades justas, igualitárias, plenas de justiça social?
O agente fundamental e, ao mesmo tempo, basilar e objetivo, início e fim, Alpha e Ômega, é o puro Amor Fraterno, que deve imbuir o homem social na solidariedade humana. É o Amor Fraterno que une o que está disperso e faz o homem consciente da unicidade das humanidades encarnadas e desencarnadas. O Amor é o fator transformador de sociedades para níveis maiores de ética e moralidade.
Como foi dito no brilhante artigo “A queda de todas as bastilhas”, de Paiva Netto: “Amar é uma lei, e se soubermos vivê-la, nos elevaremos, renovando tudo à nossa volta”. É isso, a transformação deve partir unicamente de nós mesmos. O Divino Mestre Jesus nos apontou o caminho messiânico da renovação quando disse: “Conhecereis a Verdade e ela vos libertará da dor e do sofrimento”. Jesus falava em aramaico, a língua falada pelo povo iletrado — ao contrário do hebraico, que era língua sacerdotal —, pois sua intenção era a de que o povo ignorante e sofrido entendesse a mensagem divina da Verdade libertadora, que é a Verdade do Espírito. Ora, em aramaico, a palavra “conhecer’ tem significado de “praticar” e, com isso, Jesus, na realidade, quis dizer: “Praticarás a Verdade e ela vos libertará da dor e do sofrimento”. Se o homem entendesse e praticasse apenas este ensinamento, a Humanidade seria mais fraterna e una por excelência. Realmente, “educar é transformar”, e cabe aos formadores de opinião assim o fazerem para a ascensão do homem.